
Quem é “merecedor” de ser espiritualizado?

Aquele que inicia no caminho do Yoga, ou qualquer outro caminho espiritual, tem a ideia superficial de que apenas algumas pessoas são “dignas” ou “merecedoras” de vivenciar o caminho do despertar.
Para praticar Tantra (que é uma filosofia [E NÃO É SEXO] e te ajuda com seu autoconhecimento) é necessário ter acesso às suas escrituras e à um professor. As escrituras falam sobre ser “iniciado” para essa prática. A iniciação, historicamente, estava disponível para quem desejar e cujo o interesse sincero fosse demonstrado através da prática da devoção (bhakti). O desejo por iniciação era tido como como o despertar espiritual chamado Śaktipāta “a descida da graça”.Essa descida do poder por si só já pode ser considerada como uma experiência de iniciação. Porque é através do despertar que leva a pessoa ao caminho espiritual, não importando, então, se ela tem ou não uma iniciação anteriormente. Todas as pessoas já tiveram/ou terão a experiência humana do despertar espiritual. Por isso é tão comum vermos pessoas que passam por um trauma grande se convertendo à religiões. Dentro de uma visão não dualista acredita-se que essa é uma experiência direta e transformadora que alguns chamam de “Deus” e outros chamam de “Self interior”.
É importante lembrar que esse despertar não ocorre porque somos “pessoas boas”, mas pode acontecer com qualquer um, a qualquer tempo. Por isso, dentro de uma visão não dual, à iniciação ela é feita em apenas pessoas que tenham tido o Śaktipata porque todos que quiserem são bem vindos.
As obras dualistas dizem que apenas boas ações são capazes de fazer com que alguém seja merecedor do Śakti-pāta. Mas como alguém pode ter qualquer capacidade real, ou interesse contínuo, em tais práticas espirituais se é por meio da graça (descida do poder) que ela se manifesta? Todas as atividades do seu caminho são uma expressão do Poder Divino porque o propósito deles é, de acordo com Abhinava Gupta, a identificação com a nossa própria natureza, e não produzir uma mudança dentro da matriz da realidade ordinária, da forma como ações normais almejam fazê-lo.
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